Agricultura de Precisão é um tema que nos permite vários tipos de abordagem, mas o objetivo é sempre um só – utilizar estratégias para resolver os problemas da desuniformidade das lavouras e se possível tirar proveito dessas desuniformidades, podendo ser praticada em diferentes níveis de complexidade.
No Brasil a prática de AP predominante é o gerenciamento da adubação (fertilizantes e corretivos) das lavouras com base em amostragem de solo em grade ou ainda georreferenciada (com GPS). Uma estratégia mais ampla e mais elaborada leva em consideração a produtividade da lavoura no ciclo anterior para se fazer a reposição dos nutrientes extraídos; essa exige a geração dos mapas de produtividade, portanto exige mais equipamento e mais trabalho, mas é muito mais completa como estratégia de gestão.
A aplicação de calcário, gesso, P e K em taxas variáveis com base na amostragem de solo em grade tem tido grande apelo comercial porque, num primeiro momento as maiores chances estão na economia de insumos com a aplicação destes na quantidade e no local certo dentro de cada talhão. Com a realocação são diminuídos os desequilíbrios e num segundo momento a produtividade das culturas tende a melhorar. No entanto as práticas de AP podem ser conduzidas em diferentes níveis de complexidade e com diferentes objetivos.
Quanto mais dados, mais consistente é a informação gerada e o consequente diagnóstico referente à variabilidade existente nas lavouras. Dessa forma, dados de produtividade expressos por mapas são fundamentais. A interpretação da variabilidade presente nas lavouras, evidenciada nos mapas de produtividade, implica numa relação entre causas e efeito. A explicação para os fatos é a tarefa mais complexa, em que devem ser identificados os fatores que podem causar as baixas produtividades onde elas se manifestarem. Em muitos casos as baixas produtividades observadas em determinadas regiões de um talhão podem estar associadas a aspectos que estão totalmente fora do nosso poder de intervenção, como é o caso de manchas de textura do solo. Nesses casos a solução é tratar as regiões de baixa produtividade de acordo com o seu baixo potencial, com menor aporte de insumos, visando obter lucro, mesmo que com baixa produtividade.
Além disso, deve ser dada importância às demais práticas, como tratamento localizado de plantas invasoras, pragas e doenças, num contexto moderno que contempla a aplicação minimizada de insumos visando à economia e o menor impacto ambiental possível.